domingo, 28 de fevereiro de 2010

Silêncio!


O silêncio

Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade,
in Obscuro Domínio

2 comentários:

Anónimo disse...

Neste dia cinzentão e triste até o som do silêncio incomoda!
gb

Rosa dos Ventos disse...

Gosto do silêncio!
Ouve-se muita coisa...tudo o que quisermos!

Abraço