Há umas semanas, fazendo zapping, desporto favorito dos homens, passei por uma série da FOX (?) que retratava uma família mórmon, em que o chefe de família tinha três mulheres e, neste episódio, encontrava-se clandestinamente com a primeira mulher na hierarquia, a sua preferida, porque tinha os dias distribuídos equitativamente pelas três e não podia estar com ela quando queria.
Este episódio fez-me lembrar um filme notável que vi no fim dos anos 60, de Agnes Varda, Le Bonheur, As duas faces da felicidade, em português.
Filme de uma beleza plástica notável e de uma delicadeza e sensibilidade tal que só podia ter sido realizado por uma mulher.
A personagem masculina , casado, era muito feliz, tendo um amor profundo pela sua mulher. Por acaso da sua actividade profissional encontrou outra mulher de que se tornou amigo e mais tarde amou com intensidade.
A tese que ele defendia, junto da mulher e do novo amor, sem esconder a nenhuma delas o que sentia por ambas, era que o amor pela mulher não colidia com o novo amor, pelo contrário, a felicidade que o primeiro lhe proporcionava era potenciado pela felicidade que o segundo lhe dava.
Os dois amores potenciavam-se e o resultado era maior e melhor que a soma das partes.
O resto da história, magistralmente contada pela realizadora, não interessa para a questão que me suscitou o episódio e o filme.
Retirando qualquer sentimento de culpa ou pressão social, será que é possível um homem amar assim duas mulheres, ou uma mulher amar dois homens desta maneira?
Não faltes , já só faltam
Há 10 anos
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