terça-feira, 8 de julho de 2008

Amanhã vou para férias!


Como amanhã parto para férias, hoje, não é dia de grandes reflexões, mas é sempre dia de poesia.

Como todos os dias.

Adeus

É um adeus...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
sem lágrimas,
sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer
A humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade
Consumada,
Um poema de lírico pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.

Miguel Torga
in Diário, 5 de Junho de 1978

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