Todas as peças e quadros, mas particularmente uma escultura que era composta por dois homens monocromáticos, com máscaras de cartão vulgar que só tinham dois buracos no lugar dos olhos. Os homens encontravam-se virados para a parede onde estava colocado um espelho que também fazia parte da peça escultória.
Claro que o espelho reflectia os homens com as máscaras. O mundo circundante e os próprios não viam as suas caras, só as máscaras.
Incomunicabilidade? Receio de mostrar o verdadeiro eu? Necessidade de introspecção?
Senti tudo isto quando, incomodado e levemente angustiado, fiquei vários minutos especado, a olhar para a peça, sem abrir a boca!
Será que somos sombras mascaradas, passageiros perdidos, na escuridão dos dias?
Ou, com esforço, poderemos encontrar a tranquilidade interior e o afecto partilhado, construído e reconstruído no dia a dia, alimentado de trocas, que nos mobilize para a beleza luminosa dos dias?
Quem souber que responda...!
Sem comentários:
Enviar um comentário