sábado, 19 de julho de 2008

Máscaras e sombras...

Escultura de Juan Muñoz



No Museu Guggenheim, em Bilbao, que Frank Gehry concebeu como uma verdadeira obra de arte vanguardista, vi uma retrospectiva de um escultor/pintor espanhol, Juan Muñoz, que me impressionou fortemente.



Todas as peças e quadros, mas particularmente uma escultura que era composta por dois homens monocromáticos, com máscaras de cartão vulgar que só tinham dois buracos no lugar dos olhos. Os homens encontravam-se virados para a parede onde estava colocado um espelho que também fazia parte da peça escultória.

Claro que o espelho reflectia os homens com as máscaras. O mundo circundante e os próprios não viam as suas caras, só as máscaras.



Incomunicabilidade? Receio de mostrar o verdadeiro eu? Necessidade de introspecção?

Senti tudo isto quando, incomodado e levemente angustiado, fiquei vários minutos especado, a olhar para a peça, sem abrir a boca!



Será que somos sombras mascaradas, passageiros perdidos, na escuridão dos dias?



Ou, com esforço, poderemos encontrar a tranquilidade interior e o afecto partilhado, construído e reconstruído no dia a dia, alimentado de trocas, que nos mobilize para a beleza luminosa dos dias?



Quem souber que responda...!



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