O que me salva nesta existência repetitiva é a minha capacidade de renovar incessantemente a visão das coisas. Nunca esgoto a realidade. Tanto a perscruto, que, como no amor, que nenhuma aparência satisfaz e vai sempre além do que vislumbra, acabo por descobrir nela um pormenor que a torna inédita ao olhar e à imaginação. Estou sempre pela primeira vez em todos os lugares.
Miguel Torga
Chaves, 1 de Setembro de 1988
Diário XV
Não faltes , já só faltam
Há 11 anos
4 comentários:
É maravilhoso poder estar sempre, pela primeira vez, em todos os lugares !
C.
Vi as águas, os cabos, vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
..............................
..............................
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Navegações
Sofia de Mello Brayner
É um belíssimo exemplo a seguir!
Abraço
Andarilho que era, Torga ia todos os anos em Setembro passar uns dias a Chaves , para uma cura de águas donde saía renovado para mais um ano.
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