segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Tarde de Outono

Era uma tarde de Outono



Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas

Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.

Outono... Rodopiando, as folhas amarelas

Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...



Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,

Visitaste este mar inabitado e morto,

Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,

Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?



A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos

A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...

Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!



E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,

E contemplo o lugar por onde te sumiste,

Banhado no clarão nascente do arrebol...

Olavo Bilac

2 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

São bonitas as tardes de outono, quando o sol desce no horizonte, seja no mar, seja por detrás duma serra como eu vejo daqui, desta janela escancarada!

Nota:
Estou sem outlook e sem words...

Abraço

mundo azul disse...

Muito lindo esse poema!
Casamento perfeito entre versos e imagem...


Beijos de luz!