
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
2 comentários:
São bonitas as tardes de outono, quando o sol desce no horizonte, seja no mar, seja por detrás duma serra como eu vejo daqui, desta janela escancarada!
Nota:
Estou sem outlook e sem words...
Abraço
Muito lindo esse poema!
Casamento perfeito entre versos e imagem...
Beijos de luz!
Enviar um comentário